sexta-feira, março 17, 2006

Assim, justinho você...

Luana, capricorniana, nascida em dia de Lavagem do Bonfim, prematura de 8 meses no Hospital Santa Isabel às 17h30 em noite de lua cheia. Meu nome foi escolhido por uma vizinha. Logo depois, descobri que ele é de origem africana e quer dizer filha da luz. Aquela que ilumina, irradia e é muito fiel a si mesmo e aos que o cercam. Gosto do número 4 sem nunca ter feito numerologia. Sempre aposto nele, seja no que for. Uma mutante constante! Rebelde e conformada, tranquila e estressada. Sou barroca, portanto dúbia. Sou diferente e cheia de coisas peculiares, às vezes também convencionais. Em alguns dias sou apaixonada por mim, e em outros eu me odeio. Sou os olhos da mulher morena ao controlar o volume de todos os frios e de todos os calores. Sou a salvação dos derrotados e derrota dos que estão salvos. Paraliso e movimento, prendo pelo sorriso e espanto pelos caminhos. Às vezes mereço uma morte cruel... Já conheci o inferno e o céu, sem sair da terra. O meu presente é incógnito, o meu passado é uma roupa velha, que muito pouco me serve e o futuro é tão misterioso quanto os meus próprios desejos. Acho que a solidão é o que me resta. Amo muitas pessoas e muitas coisas. A primeira muito mais do que a segunda. Sou nova, mas já experimentei muitas coisas nessa vida. As tristezas, as decepções, as dificuldades, as ausências e as separações não me abalaram profundamente. No momento em que acontecem, eu posso até chorar, me descabelar, mas depois o sorriso reaparece e reacende. Aliás, adoro sorrir, brincar. Dificilmente alguém me encontrará emburrada e de mau humor. Não consigo guardar rancor por muito tempo. Acho que não tenho inimigos, ao menos, não declarados. Não odeio ninguém. Sou sensitiva. Percebo em um olhar se uma pessoa tem ou não um bom caráter, às vezes me engano, mas na maioria não. Tenho saudade da minha família, principalmente de minha mãe. Do meu pai também, principalmente dele junto com minha mãe. Éramos felizes... Sou um pouco diferente. Um pouco insegura. Gosto de perfeição, mas para isso acontecer preciso estar motivada. Caso contrário, as coisas se arrastam por um bom tempo para acontecer. Ansiosa, posso ficar um dia inteiro sem comer à espera de algo que está por vir. Sou apaixonante e apaixonável. Já fiz muita gente sofrer, não porque quis. Bom, isso não se justifica. Acredito no amor, no amor real, tal qual ele é, embora eu prefira uma paixão. Acho-a muito mais emocionante. Não quero ficar sozinha, quero alguém sim. Quero muito! Estou realizada na profissão que escolhi, mas tenho medo do que virá. Penso muito no futuro, penso o tempo todo. Sonho, imagino, idealizo e realizo todo ele. Muitas vezes não consigo pôr em prática, mas é muito bom planejá-los. Chego a sentir as sensações da efetivação dos meus projetos. Quero ir embora! Sou apaixonada por Salvador, mas de uns tempos pra cá, tenho a achado muito pequena para os meus planos. Vou, e com certeza um dia volto. Quero envelhecer nessa cidade. Pois, só aqui é possível em um dia de stress ver o pôr do sol no Farol da Barra e esquecer de todo o resto. Sou eternamente grata a quem me ajuda, ou já me ajudou. Não esqueço jamais! Tenho uma memória muito boa. A minha trindade é a vida, a beleza e o amor, contrariando toda a minha educação católica. Onde encontro um dos três sinto-me realizada Sou batizada e fiz Primeira Comunhão. Mas, questiono a legitimidade de todas essas instituições religiosas. Tenho fé no homem e nas suas atitudes perante as situações do cotidiano. Penso que as coisas mais gostosas de viver, estão nas coisas mais simples. Adoro a lua, o mar, música, cultura, pessoas inteligentes, interessantes, divertidas e sem frescuras. Conheço muita gente, mas tenho poucos amigos e faço de tudo para não perdê-los. Tenho muitos defeitos. Porém, minhas qualidades superam. Estou sempre na expectativa de algo ou de alguém. Ando pela rua esperando o inesperado, aguardando o que não sei se vai acontecer. Sou altamente reflexiva. Gosto de falar besteiras também. Sendo assim, odeio jarra de água vazia na geladeira. Gente ignorante que insiste em opinar em assunto ao qual não tem o mínimo domínio, isso também me irrita profundamente. Choro muito e com tudo. Não me acho linda, nunca me achei. Sinto-me bem do jeito que sou. Normal, apenas. Não acredito em felicidade eterna e sim em doses dela. Um dia estou muito bem e em outro muito mal. Curto ficar na fossa e posso até piora - lá. “Quero descobrir muito mais do meu infinito particular!”

quinta-feira, março 16, 2006

Marcando presença

Definitivamente não consigo me enteder. Joguei a toalha, eu realmente sou um mistério profundo(clara alusão ao título do blog). To me sentindo feliz pra caramba. O novo estágio, as pessoas, os amigos...Tudo isso tem me feito muito bem. Paixão?Nada por enquanto. Só um sentimento que está incomodando. É algo que quase ninguém sabe, mas to sofrendo do grande mal que quase 100% da população mundial sofre e/ou sofreu "AMOR NÃO CORRESPONDIDO". Tudo bem que a "vítima" não sabe, ou pelo menos finge não saber. Nunca contei e talvez nunca conte, é um segredinho gostoso de guardar. Uma vez, um amigo meu me disse que paixão de verdade não paralisa. E, se quando estivesse gostando de alguém e em virtude desse sentimento não conseguisse fazer mais nada, então era melhor cair fora, porque "PARADA" não pode e não se deve ficar de forma alguma. Esse sentimento não me paralisa, dói um pouquinho, mas só às vezes. No geral, deixo ele lá quietinho e vou vivendo minha vida. Até porque, é muito chato não ter em quem pensar. Uma outra amiga me disse isso e percebi que relamente é verdade. Existe coisa mais chata do que, por exemplo, deitar para dormir e não ter em quem pensar?
Daqui a pouco esse sentimento vai passar, eu sei. É uma relação quase impossível, mas isso não me stressa. Pelo contrário, aprendi tantas coisas. Mudando de assunto...
O estágio novo tá muito balaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! To me sentindo reconhecida, importante, útil...Nossa! Cada dia tenho certeza que sou uma mulher de muita sorte. Por tudo que eu tenho, sou e ainda terei. Nunca deixarei de almejar coisas muito maiores, mas agora estou me sentido realizadissíma. A faculdade tá uma merda! Estou sem saco para as atividades relativas a ela. Ta faltando TESÃO! Mas, tenho que ir levando afinal...
Encerro por aqui.

quarta-feira, março 08, 2006

Pré-Carnavalis

Ultimamente reconheço o quanto eu tenho saído de casa. Praticamente nenhum final de semana eu paro, e quando fico é em virtude de falta de dinheiro. Às vezes tenho que me segurar também, por causa do pessoal aqui de casa. Não que eles me proíbam de sair, isso não acontece, mas eles se preocupam muito comigo, principalmente porque consideram ter responsabilidade dobrada sobre mim, já que assumem o papel de meus pais e se algo acontecer a responsabilidade aumenta. Mas, como ia dizendo a minha vida anda bastante agitada. Teatro, cinema, barzinhos, shows e tudo mais que eu possa ir. Isso tudo tem me feito muito bem, pois me distrai e reanima. Durante esses momentos praticamente não lembro de algumas coisas, ou melhor, de uma COISA que está me atormentando esses últimos meses.
Em uma dessas saídas, encontrei Thiago, meu ex namorado. Tomei um susto enorme, e pensei “Não é possível, que ele esteja aqui, que merda! Isso não vai terminar bem...”. Há alguns meses havíamos cortado relações, ou melhor, ele havia o feito, por um motivo que prefiro nem contar de tão bobo que foi. Quando o vi, fiquei parada em estado de choque olhando-o sem acreditar. Naquele momento fiquei viajando, pensando em várias situações, em muitas pessoas... Foram em média 15 segundos que pareceram uma eternidade. Ele conversava com um amigo, e eu ali parada, parecendo uma palerma. Não conseguia pensar o que fazer. Se ia lá e falava com ele, se passava direto, ou esperava ele me ver e se quisesse, falar comigo...Na dúvida, preferir seguir meu caminho, se tivéssemos que nos encontrar novamente(o que não seria difícil) nos encontraríamos(nunca fui muito fã do destino mas, ele tem me aprontando umas coisas que to começando a acreditar na existência dele).
Entrei no bar, mas não consegui parar de pensar no que havia acontecido. O fato de vê-lo não reacendia em mim nenhum sentimento. Pelo contrário, tinha certeza que em mim não existia mais nada. Mas, ele sempre foi umas das melhores coisas que aconteceu na minha vida. Fui completamente apaixonada por ele e isso já fazia dele mais do que importante e especial. Era uma saudade boa, uma lembrança gostosa de ter, mas a nossa relação tinha ficado meio estranha depois do nosso término. Brigamos, reatamos, brigamos novamente, reatamos...
Já dentro do bar, enquanto pensava em tudo aquilo, o destino o trouxe pra perto de mim. Estava parada olhando pro local onde o tinha visto anteriormente quando olhei pro lado. Ele estava ali, parado. Resolvi arriscar e toquei nele. Ou ele me ignoraria (eu o conhecia bem, e sabia que ele seria capaz de fazer isso). Caso isso acontecesse já havia esquematizado o que diria a ele, ou... Mas, quando ele virou fui completamente desarmada. Ele deu um sorriso e me abraçou com o máximo de força. Pronto!Naquele momento fizemos as pazes e todo o rancor que havia sumiu sem que uma palavra fosse dita. Conversamos e esclarecemos muitas coisas sobre nós e aquilo realmente estava me fazendo bem. Thiago me parecia muito mais maduro e determinado e fiquei muito contente por ele. No decorrer do papo, ele me disse algumas coisas que me fizeram pensar em todas as mudanças que estão acontecendo comigo. Ele disse que eu desabrochei, e minha postura e até minha voz, demonstrava a mulher que eu havia me tornado. Diferente do período em que namorávamos, em virtude do ciúme excessivo e obsessivo que ele sentia por mim. Eu era uma menina muito mais retraída e envergonhada, reconheço. Era novíssima, recém saída de um Colégio Militar, calourissíma na faculdade e absolutamente insegura com tudo.
Falei pra ele o quanto havia aprendido com o nosso relacionamento, principalmente no que diz respeito de como não se deve agir. Ele tinha sido minha escola e se não ficamos muito mais tempo juntos a culpa foi nossa. Dele, por ter sido tão machista, ciumento e obsessivo. E minha por ter sido tão submissa, fraca e tê-lo priorizado quase que absolutamente na minha vida. Não senti vontade de voltar pra ele, e acho que jamais daríamos certo. O ideal é que mantivéssemos sempre essa relação de boas recordações, e quem sabe um dia pudéssemos nos tornar verdadeiramente amigos (por enquanto é meio hipócrita afirmar isso). Voltei pra casa naquele dia muito bem e feliz. O carnaval estava apenas começando e aquela tinha sido um sinal de que meu ano iria começar a partir daquele momento.