Boca
Uma boca
Ela é minha.
Grita em qualquer lugar,
Opina sem pestanejar,
Fala pra quem quer, ou não, escutar.
E quando muda o clima...
Sussura pra conquistar,
Mordidas para seduzir,
Voz doce para cativar.
Roubo
Acho que sequestraram meu coração. Não consigo sentir mais nada...
E de repente, um amor
Hoje, sem querer, andando pela rua, eu me apaixonei. Dentro da inocência do inesperado, me entreguei.
Por um instante esqueci de tudo.Do atraso da hora,Do assalto na esquina,
Do avô que tranqüilamente buscava a neta na escola,
E da chuva torrencial que inundava a avenida.
O peito encheu-se de uma esperança repentina.
De repente os olhos se cruzaram...
Um constrangimento mútuo. Vermelhidão!
Uma felicidade invasora e renovadora.
Era o que faltava...
Só assim esqueço
E, quem sabe, reapareço.Teria uma voz bem doce,Saberia todos os meus desejos...De repente um aperto.
Uma dor de despedida.
Se foi. Pouco mais de 60 segundos.Não soube seu nome.
Não conheci seus desejos. Mas, mesmo assim, me apaixonei...