quarta-feira, março 08, 2006

Pré-Carnavalis

Ultimamente reconheço o quanto eu tenho saído de casa. Praticamente nenhum final de semana eu paro, e quando fico é em virtude de falta de dinheiro. Às vezes tenho que me segurar também, por causa do pessoal aqui de casa. Não que eles me proíbam de sair, isso não acontece, mas eles se preocupam muito comigo, principalmente porque consideram ter responsabilidade dobrada sobre mim, já que assumem o papel de meus pais e se algo acontecer a responsabilidade aumenta. Mas, como ia dizendo a minha vida anda bastante agitada. Teatro, cinema, barzinhos, shows e tudo mais que eu possa ir. Isso tudo tem me feito muito bem, pois me distrai e reanima. Durante esses momentos praticamente não lembro de algumas coisas, ou melhor, de uma COISA que está me atormentando esses últimos meses.
Em uma dessas saídas, encontrei Thiago, meu ex namorado. Tomei um susto enorme, e pensei “Não é possível, que ele esteja aqui, que merda! Isso não vai terminar bem...”. Há alguns meses havíamos cortado relações, ou melhor, ele havia o feito, por um motivo que prefiro nem contar de tão bobo que foi. Quando o vi, fiquei parada em estado de choque olhando-o sem acreditar. Naquele momento fiquei viajando, pensando em várias situações, em muitas pessoas... Foram em média 15 segundos que pareceram uma eternidade. Ele conversava com um amigo, e eu ali parada, parecendo uma palerma. Não conseguia pensar o que fazer. Se ia lá e falava com ele, se passava direto, ou esperava ele me ver e se quisesse, falar comigo...Na dúvida, preferir seguir meu caminho, se tivéssemos que nos encontrar novamente(o que não seria difícil) nos encontraríamos(nunca fui muito fã do destino mas, ele tem me aprontando umas coisas que to começando a acreditar na existência dele).
Entrei no bar, mas não consegui parar de pensar no que havia acontecido. O fato de vê-lo não reacendia em mim nenhum sentimento. Pelo contrário, tinha certeza que em mim não existia mais nada. Mas, ele sempre foi umas das melhores coisas que aconteceu na minha vida. Fui completamente apaixonada por ele e isso já fazia dele mais do que importante e especial. Era uma saudade boa, uma lembrança gostosa de ter, mas a nossa relação tinha ficado meio estranha depois do nosso término. Brigamos, reatamos, brigamos novamente, reatamos...
Já dentro do bar, enquanto pensava em tudo aquilo, o destino o trouxe pra perto de mim. Estava parada olhando pro local onde o tinha visto anteriormente quando olhei pro lado. Ele estava ali, parado. Resolvi arriscar e toquei nele. Ou ele me ignoraria (eu o conhecia bem, e sabia que ele seria capaz de fazer isso). Caso isso acontecesse já havia esquematizado o que diria a ele, ou... Mas, quando ele virou fui completamente desarmada. Ele deu um sorriso e me abraçou com o máximo de força. Pronto!Naquele momento fizemos as pazes e todo o rancor que havia sumiu sem que uma palavra fosse dita. Conversamos e esclarecemos muitas coisas sobre nós e aquilo realmente estava me fazendo bem. Thiago me parecia muito mais maduro e determinado e fiquei muito contente por ele. No decorrer do papo, ele me disse algumas coisas que me fizeram pensar em todas as mudanças que estão acontecendo comigo. Ele disse que eu desabrochei, e minha postura e até minha voz, demonstrava a mulher que eu havia me tornado. Diferente do período em que namorávamos, em virtude do ciúme excessivo e obsessivo que ele sentia por mim. Eu era uma menina muito mais retraída e envergonhada, reconheço. Era novíssima, recém saída de um Colégio Militar, calourissíma na faculdade e absolutamente insegura com tudo.
Falei pra ele o quanto havia aprendido com o nosso relacionamento, principalmente no que diz respeito de como não se deve agir. Ele tinha sido minha escola e se não ficamos muito mais tempo juntos a culpa foi nossa. Dele, por ter sido tão machista, ciumento e obsessivo. E minha por ter sido tão submissa, fraca e tê-lo priorizado quase que absolutamente na minha vida. Não senti vontade de voltar pra ele, e acho que jamais daríamos certo. O ideal é que mantivéssemos sempre essa relação de boas recordações, e quem sabe um dia pudéssemos nos tornar verdadeiramente amigos (por enquanto é meio hipócrita afirmar isso). Voltei pra casa naquele dia muito bem e feliz. O carnaval estava apenas começando e aquela tinha sido um sinal de que meu ano iria começar a partir daquele momento.

3 Comments:

At 5:22 PM, Anonymous Anônimo said...

Lua, bacana seu relato! Dizer q te desejo toda a sorte desse mundo é redundância! Beijo e vida eterna à Santa Barroca...

 
At 6:34 PM, Anonymous Anônimo said...

Amiga, fiquei muito feliz por sua evolução! Não consigo imaginar uma Luana imatura, tímida, envergonhada...Mas saiba que eu me orgulho mto de vc ao perceber os vôos que vc está alçando! Parabéns, minha amiga!

 
At 11:46 AM, Anonymous Anônimo said...

Lu, adorei seu texto e sabe pq? Pq me identifiquei com a sua historia, parece q foi igualzinha, vc deve saber ou pelo menos lembrar, nao sei, mas enfim, hj dem dia tb estou muito feliz e com outra pessoa e é assim tb que penso! que coincidencia nao? hehehe. Bjso nega!

 

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