terça-feira, julho 31, 2007

Olhos

Os olhos dele me fascinam.
Possuem o brilho mais sincero do planeta.
Os olhos dele me prendem.
Variam do mistério à revelação absoluta.
Os olhos dele me encantam.
Como eu pensei não sentir novamente.
Os olhos dele me contemplam.
Nunca me achei capaz de ser hipnotizante.
De repente houve luz e reacenderam-se as esperanças.
Agora sou eu, ele, os olhos e a vida para seguir.
E o caminho é: pra frente, sem medo e agora.

sábado, julho 28, 2007

Partida

E ele se foi...
como o sol que iluminou todo o dia;
como a lua que acalentou casais apaixonados a se amar sob a sua incandescência;
se foi como a brisa que refrescou o corpo suado,
após um encontro inesperado, tramado pelo danado do destino;
se foi, mas deixou uma alma a regozijar de tanta alegria que não cabe no peito e transborda para os lábios a se abrir num sorriso flutuante que parece nunca chegar ao fim

sexta-feira, julho 27, 2007

Encanto

Eu já tinha me encantado. Quando os olhos cruzaram, de primeira, pensei: “é...”. Uma coisa incógnita, incompleta, mas presente. Com o tempo ela fora dissipada. Haviam terceiros, não existiam oportunidades e muito menos encontros. Volta e meia meu olhar buscava o dele sem ele saber. Ia fundo ao máximo que podia alcançar. E era realmente algo de encantar. Porém, acabava assim que eu piscava os olhos e desviava o olhar pra outra direção.

Acordava, escovava os dentes, comia, assistia TV, tudo funcionava normalmente, sem lembrar-me daquela retina hipnotizante. Às vezes, até mesmo quando surgia oportunidade, não as buscava. Não que fosse como uma fuga da sua beleza ou da sua capacidade de dominação. Não! Simplesmente não fazia falta. Era uma coisa pro tempo, dizia pra minha ansiosa mente. Um tempo muito distante que me daria condição exata para me aprofundar naqueles olhos.

Mas o senhor do destino não é se dá muito bem com o racional. O tempo dele é regido pela energia dos seus movimentos. Ele é muito egocêntrico e apronta das suas pra desnortear sua presa. E eis que o tempo girou ao contrário e propiciou o encontro já predestinado, porém não esperado. De tão surpreendente cheguei até a me perguntar o que ela aquilo que estava parado à minha frente. Tanta contemplação dos olhos à distância não me deixou perceber o que estava ali. Não o reconhecia.

Mas o destino é teimoso. Resolve aprontar das suas e reúne o improvável. Arteiro que só, começa a colocar caraminholas na sua mente e te faz pensar que outros encontros casuais podem acontecer. E não é que eles aparecem? Assim, quando se menos espera, novamente lá estão eles paralisando tudo por alguns segundos. Mas agora os olhos já estavam treinados e rapidamente captam o momento. Mas daí vem uma coisa nervosa que lhe corta o raciocínio mais óbvio, sufoca o peito, faz suar as mãos e lhe joga numa enxurrada de palavras confidentes que escapam da boca descontroladamente.

Algumas frases amenas, a despedida e o caminhar de retirada. Tudo ainda deixa-me meio tonta. Tinha recebido uma grande peça e o serviço foi feito bem direitinho. Me jogou ali, naquele instante, me tirou as palavras, fez saltitar meu coração e ainda me mandou pra casa com desejo de quero mais. É um danado. Estabeleci uma nova forma de embelezar meu dia, de iluminar meu olhar e oferecer um sorriso. É bonito, na verdade, é lindo. E agora quero perder o rumo de novo e de novo, de novo...


quinta-feira, julho 12, 2007

Fuga

O perigo do mundo mora na poesia
Vamos todos ser objetivos
Nada de sensibilidade
Vamos ser bem francos:
Rolou poesia?
Caia fora!


É um desabafo interno e de cunho irônico. Quem me conhece, entende.