domingo, abril 23, 2006

Utopicamente viável


“Eu queria poder morar no interior do meu interior”. Há bastante tempo venho caçando frases de efeito. Muitas delas são clichês e dizem coisas muito óbvias e ao mesmo tempo podem ser tão obscuras e subjetivas...


Estava na minha rotina diária-trabalho e música-quando ouvi essa frase. Morar no interior do meu interior! Soou tão subjetivo e ao mesmo tempo tão objetivo.
Esse ato, acredito eu, é algo de profundo conhecimento, uma tarefa difícil, visto a infinidade e a complexidade que permeia o ser humano. Somos um mistério pra nós mesmos e “invadir” esse espaço tão interno e íntimo é no mínimo utópico, irreal e improvável.
Mesmo assim, resolvi acreditar na frase e viajar nos seus inúmeros significados.
Me pareceu uma fuga. Algo que quando não anda bem e tornando-se, dessa forma, necessário encontrar um espaço bem escondido, seguro e quentinho, para se sentir protegido. Como uma criança abandonada, um doente terminal, uma mãe de família que está desempregada, e outras situações de desespero, que podem fazer com que tenhamos vontade de nos esconder, sumir e se refugiar.
A minha identificação com essa música não foi a toa. Ultimamente não tenho me sentido bem. Às vezes, tristezas repentinas e desânimos estão fazendo parte da minha rotina. Sinto saudades, não sei de que ou de quem, sinto-me sozinha, desamparada, despreparada e com medo. E de certa forma isso tem se refletido no meu cotidiano. Tenho dormido muito pouco, sinto um aperto no meu coração, uma sensação de pânico constante, parece que o mundo pode acabar pra mim a qualquer momento. É como se carregasse um peso que não sei de onde vem, e nem o que traz. É invisível, mas não é indolor. “Tristes velhos fatos!”.
Os motivos das minhas preocupações são sempre os mesmos, os medos são iguais, mas agora com uma novidade: não os quero mais! To percebendo algumas mudanças na minha vida. Coisas muito boas que estão acontecendo e não há mais espaço para esses pensamentos imbecis. Agora não deve mais existir o temor de outrora, e sim a esperança do belo. Um futuro que brilha a partir da janela que se abre. Um fulgor que irradia chegando a ofuscar. Causando uma cegueira momentânea, daquela que serve apenas para tirar o poder de enxergar, e assim adentrar sem temor no desconhecido aos olhos. Errarei? Sim! Sucumbirei?Também! Mas só se for às tentações de arriscar, mudar e perder para aprender cada vez mais. Mas, agora a minha vontade é única, os desejos são plenos, os objetivos estão traçados e o aguardar é constante. Aguardo além do acaso, e quando vejo já chegou e se não, irá chegar. A esperança, mãe da utopia em seu verdadeiro sentido, aquela que motiva e leva à frente, essa sim, vai reger a minha nova vida. A grande força da utopia!

2 Comments:

At 5:45 AM, Anonymous Anônimo said...

O texto ta legal!
UAHUAHUAAUHAUHAUHAUHAUA
Bacana...
Porreta...
Supimpa...
Gostei mt mt mt mt mt mt mt mt
Bjaummmmmmmmmmmmmmmm
E como sempre dizem aqueles conselheiros "sem-graça":
"Continue sempre assim... vc vai longe"! AUHAUHAUHAUAUAUA

 
At 3:40 PM, Anonymous Anônimo said...

Você tem produzido bastante, hein? E produzido coisas boas, que é o mais importante! Quando eu penso que não é mais possível, você consegue me surpreender de verdade.

“Errarei? Sim! Sucumbirei?Também! Mas só se for às tentações de arriscar, mudar e perder para aprender cada vez mais.”

Quanta consciência, sabedoria, simplicidade e verdade num só período. As pessoas precisam escutar mais e mais coisas como essas. È preciso arriscar, ter medo, perder… “Olha lá quem sempre quer vitória e perde a glória de chorar” (los hermanos).

Se você escrever outra frase como essa, eu sou capaz de me apaixonar de novo por você! ehhehehehhehehhehhehe. Brincadeira!

Obrigado! Precisava ler uma coisa como essa. Só Deus sabe o que me fez olhar o seu Blog hoje. (depois não acreditam na providência divina)

Bjos

 

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